Vacinas para Todos... especialmente os mais vulveráveis!

Publicamos aqui a nota divulgada pela Pontifícia Academia para a Vida em seu site, 22-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.  OBRIGADA IHU Unisinos

          Diante dos gravíssimos problemas que estão se apresentando em relação à produção e à distribuição da vacina contra a Covid-19, a Pontifícia Academia para a Vida reitera fortemente a urgência de identificar sistemas adequados de transparência e colaboração.

Há muito antagonismo e competição, e o risco de fortes injustiças. O Papa Francisco, ainda na Mensagem Urbi et Orbi, no dia de Natal, 25 de dezembro passado, tinha dirigido um pedido urgente: “Peço a todos: aos responsáveis dos Estados, às empresas, aos organismos internacionais, que promovam a cooperação e não a concorrência, e busquem uma solução para todos: vacinas para todos, especialmente para os mais vulneráveis e necessitados em todas as regiões do planeta. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis e necessitados!”.

Essas palavras exigem uma escuta responsável por parte de todos, da comunidade cristã, dos fiéis, de todos os homens e mulheres de boa vontade.

O Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral e a Pontifícia Academia para a Vida publicaram no dia 29 de dezembro passado um documento específico sobre a importância da vacinação e sobre as modalidades para que a vacina seja um bem comum de todos.

E se pedia, entre outras coisas, que se superasse a lógica do “nacionalismo vacinal”, entendida como uma tentativa dos diversos Estados de ter a própria vacina mais rapidamente, obtendo primeiro, em todo o caso, a quantidade necessária para os seus habitantes.

Devem ser promovidos e apoiados os acordos internacionais para gerir as patentes de forma a favorecer o acesso de todos ao produto e evitar possíveis curtos-circuitos comerciais, também para manter o preço controlado no futuro. A produção industrial da vacina deveria se tornar uma operação colaborativa entre Estados, empresas farmacêuticas e outras organizações, para que possa ser realizada simultaneamente em diversas regiões do mundo.

É uma oportunidade extraordinária para um novo futuro mais solidário. Isso foi possível – pelo menos em parte – pela pesquisa. Com o mesmo espírito, deve-se iniciar uma sinergia positiva, valorizando os meios de produção e distribuição disponíveis nas diversas áreas em que as vacinas serão administradas, com base no princípio da subsidiariedade.

Portanto, deve-se evitar que alguns países recebam a vacina muito tarde por causa de uma redução da disponibilidade devido à aquisição prévia de enormes quantidades pelos Estados mais ricos. A distribuição da vacina requer uma série de instrumentos que devem ser especificados e realizados para alcançar os objetivos acordados em termos de acessibilidade universal. Uma solicitação aos governos nacionais e às organizações da União Europeia e da OMS para que atuem nesse sentido parece ser cada vez mais forte e urgente.

Desse modo, concretiza-se o apelo do papa: todos irmãos e irmãs!

Dom Vincenzo Paglia, presidente
Dom Renzo Pegoraro, chanceler

 

 

São José, Pai Amado

Caras leitoras, caros leitores,

Oferecemos, para sua reflexão nas próximas semanas, partes da Carta Apostólica do Papa Francisco sobre São José, Patris Corde.

“Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão.” (Introdução

A grandeza de São José consiste no fato de ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus. Como tal, afirma São João Crisóstomo, «colocou-se inteiramente ao serviço do plano salvífico».

São Paulo VI faz notar que a sua paternidade se exprimiu, concretamente, «em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho; em ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na oblacão sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias nascido na sua casa».

Por este seu papel na história da salvação, São José é um pai que foi sempre amado pelo povo cristão, como prova o facto de lhe terem sido dedicadas numerosas igrejas por todo o mundo; de muitos institutos religiosos, confrarias e grupos eclesiais se terem inspirado na sua espiritualidade e adotado o seu nome; e de, há séculos, se realizarem em sua honra várias representações sacras. Muitos Santos e Santas foram seus devotos apaixonados, entre os quais se conta Teresa de Ávila que o adotou como advogado e intercessor, recomendando-se instantemente a São José e recebendo todas as graças que lhe pedia; animada pela própria experiência, a Santa persuadia os outros a serem igualmente devotos dele.[9]

Em todo o manual de orações, há sempre alguma a São José. São-lhe dirigidas invocações especiais todas as quartas-feiras e, de forma particular, durante o mês de março inteiro, tradicionalmente dedicado a ele.

A confiança do povo em São José está contida na expressão «ite ad Joseph», que faz referência ao período de carestia no Egito, quando o povo pedia pão ao Faraó e ele respondia: «Ide ter com José; fazei o que ele vos disser» (Gn 41, 55). Tratava-se de José, filho de Jacó, que acabara vendido, vítima da inveja dos seus irmãos (cf. Gn 37, 11-28); e posteriormente – segundo a narração bíblica – tornou-se vice-rei do Egito (cf. Gn 41, 41-44).

Enquanto descendente de David (cf. Mt 1, 16.20), de cuja raiz deveria nascer Jesus segundo a promessa feita ao rei pelo profeta Natan (cf. 2 Sam 7), e como esposo de Maria de Nazaré, São José constitui a dobradiça que une o Antigo e o Novo Testamento.

 

Trechos retirados da Carta Apostólica, Patris Corde, do Papa Francisco, sobre São José

Ao completarem-se 150 anos da sua declaração como Padroeiro da Igreja Católica, ...(eu) gostaria de ...partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós.

Tal desejo foi crescendo ao longo destes meses de pandemia em que pudemos experimentar, no meio da crise que nos afeta, que «as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.

....Os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura, Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o género de pai que era e a missão que a Providência lhe confiou.... Sabemos que era um humilde carpinteiro, desposado com Maria...

Teve a coragem de assumir a paternidade legal de Jesus, a quem deu o nome revelado pelo anjo: dar-Lhe-ás «o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1, 21). Entre os povos antigos, como se sabe, dar o nome a uma pessoa ou a uma coisa significava conseguir um título de pertença, como fez Adão na narração do Génesis....

No Templo, quarenta dias depois do nascimento, José – juntamente com a mãe – ofereceu o Menino ao Senhor e ouviu, surpreendido, a profecia que Simeão fez a respeito de Jesus e Maria (cf. Lc 2, 22-35)....

Para defender Jesus de Herodes, residiu como forasteiro no Egito (cf. Mt 2, 13-18). Regressado à pátria, viveu no recôndito da pequena e ignorada cidade de Nazaré, na Galileia...

...Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão.

  1. Pai amado

A grandeza de São José consiste no facto de ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus.... Por este seu papel na história da salvação, São José é um pai que foi sempre amado pelo povo cristão...

  1. Pai na ternura

Dia após dia, José via Jesus crescer «em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens». Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer (cf. Os 11, 3-4).

Jesus viu a ternura de Deus em José: «Como um pai se compadece dos filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem» (Sal 103, 13).

...A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe.

  1. Pai na obediência

De forma análoga a quanto fez Deus com Maria, manifestando-lhe o seu plano de salvação, também revelou a José os seus desígnios por meio de sonhos, que na Bíblia, como em todos os povos antigos, eram considerados um dos meios pelos quais Deus manifesta a sua vontade.

...Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu «fiat», como Maria na Anunciação e Jesus no Getsémani.

Ao longo da vida oculta em Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai....

  1. Pai no acolhimento

José acolhe Maria, sem colocar condições prévias....

Na nossa vida, muitas vezes sucedem coisas, cujo significado não entendemos. E a nossa primeira reação, frequentemente, é de desilusão e revolta. Diversamente, José deixa de lado os seus raciocínios para dar lugar ao que sucede e, por mais misterioso que possa aparecer a seus olhos, acolhe-o, assume a sua responsabilidade e reconcilia-se com a própria história. Se não nos reconciliarmos com a nossa história, não conseguiremos dar nem mais um passo, porque ficaremos sempre reféns das nossas expectativas e consequentes desilusões.

A vida espiritual que José nos mostra, não é um caminho que explica, mas um caminho que acolhe. Só a partir deste acolhimento, desta reconciliação, é possível intuir também uma história mais excelsa, um significado mais profundo. Parecem ecoar as palavras inflamadas de Job, quando, desafiado pela esposa a rebelar-se contra todo o mal que lhe está a acontecer, responde: «Se recebemos os bens da mão de Deus, não aceitaremos também os males?» (Job 2, 10).

José não é um homem resignado passivamente. O seu protagonismo é corajoso e forte. O acolhimento é um modo pelo qual se manifesta, na nossa vida, o dom da fortaleza que nos vem do Espírito Santo. Só o Senhor nos pode dar força para acolher a vida como ela é, aceitando até mesmo as suas contradições, imprevistos e desilusões.

A vinda de Jesus ao nosso meio é um dom do Pai, para que cada um se reconcilie com a carne da sua história, mesmo quando não a compreende totalmente.

O que Deus disse ao nosso Santo – «José, Filho de David, não temas…» (Mt 1, 20) –, parece repeti-lo a nós também: «Não tenhais medo!» É necessário deixar de lado a ira e a desilusão para – movidos não por qualquer resignação mundana, mas com uma fortaleza cheia de esperança – dar lugar àquilo que não escolhemos e, todavia, existe. Acolher a vida desta maneira introduz-nos num significado oculto. A vida de cada um de nós pode recomeçar miraculosamente, se encontrarmos a coragem de a viver segundo aquilo que nos indica o Evangelho. E não importa se tudo parece ter tomado já uma direção errada, e se algumas coisas já são irreversíveis. Deus pode fazer brotar flores no meio das rochas. E mesmo que o nosso coração nos censure de qualquer coisa, Ele «é maior que o nosso coração e conhece tudo»....

Veja o texto na íntegra no seguinte link: http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html

 

Expressar Gratidão, enxergar o bom!

PALAVRA PARA O DIA

É muito fácil desencorajar, muito fácil criticar, reclamar, repreender. Vamos tentar ver até mesmo uma pequena quantidade boa em uma pessoa e concentrar-nos nisso. Sejamos mais rápidos em elogiar do que encontrar falhas. Sejamos mais rápidos em agradecer aos outros do que reclamar.

DESMOND TUTU

 

Já vi o bom em alguém com quem costumo achar falha?

Louvo ou agradeço  quem hoje?    

Do que eu reclamei?  para quem  eu disse obrigado?

ADVENTO Deus em nosso dia-a-dia

 

Ouvi recentemente um sermão onde o padre propôs que o Deus que adoramos é o Deus que encarnaremos em nosso dia-a-dia. Se eu acreditar em um Deus que seja exigente, severo e punitivo, provavelmente serei o mesmo tipo de pessoa, especialmente na minha prática e pregação da religião. Se eu acreditar em um Deus que é terno, gentil e até irracionalmente perdoador, serei — ou pelo menos aspirarei a ser — esse mesmo tipo de pessoa, especialmente na minha prática e pregação da religião.

 

Esta tem sido uma reflexão muito rica para mim, fazendo-me considerar cuidadosamente minhas crenças sobre Deus e examinar o que meus próprios comportamentos e ações indicam sobre Deus. Eu poderia sugerir que você também tire um momento ou dois hoje para realmente refletir sobre isso:

                    o Deus em que você acredita

                            se manifesta na maneira como você trata as pessoas em sua vida?

Encontrando Luz nas Fendas

Caros amigos, caras amigas,

Em seu poema, Anthem, Leonard Cohen diz a seu leitor,

“Há uma fenda em tudo (há uma fenda em tudo)

É assim que a luz entra. ”

 

Não perca as fendas em nosso mundo. Apesar do chamado para estarmos socialmente distantes, somos chamados a nos aproximarmos uns dos outros em apoio e com compaixão. Embora as rotinas familiares tenham desaparecido, novas maneiras de ser e fazer estão surgindo. Apesar das limitações desta pandemia, podemos fazer uma pausa para ouvir, olhar, ir além do momento.

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Lente na Criação: Descartando pessoas

 Lente na Criação: Descartando pessoas

                                         

 por Paul Jeffrey   National Catholic Reporter (EUA)   traduzido de inglês

 

Conheci esses meninos uma noite em um abrigo administrado por uma igreja em Chennai, Índia. Na manhã seguinte, eles me levaram para onde eles passam seus dias - o lixão da cidade, com suas montanhas de lixo fumegante. Jornalistas não são permitidos lá, então os meninos se juntaram para me levar sem chamar a atenção dos fiscais.

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O mundo precisa de você agora!

Mais do que você sabe. Mais do que você pode imaginar.

O mundo precisa de seus dons.

Seu coração. Sua compaixão. Seu entendimento.

Sua capacidade de ouvir, falar, sentir e agir.

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Ansiedade - nossa resposta pode ser Medo ou Coragem

Texto do Irmão David Steindl-Rast, monge Beneditino, escrito muitos anos antes da Pandemia.

     A palavra ansiedade vem de uma raiz que significa estreiteza, asfixia e constrição. Não é de admirar: o protótipo de toda ansiedade não é nossa passagem original através do estreito canal de parto? No nosso primeiro nascimento, realizamos essa passagem com destemor instintivo; mais tarde na vida, devemos praticar conscientemente para não ter medo, apesar da ansiedade, quando a estrada fica estreita, para não ter medo, quando a ansiedade nos aperta.

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O Papa escreve Carta ao Povo de Deus

Neste último mês o Papa Francisco escreveu para todos nós, expressando sua profunda tristeza com tantos abusos de pessoas, feitos por padres e bispos. Nesta carta o Papa pede que superamos o mal de clericalismo, que ele coloca como um dos problemas sérios na nossa Igreja e a causa de tantas outras males.

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