Mais de 35 mil mortes, a maioria crianças e mulheres... Milhões de civis palestinos refugiados em sua própria terra... Por 234 dias assistimos cenas de famílias fugindo de bombas, carregando seus feridos, lamentando seus mortos... Milhares de voluntários humanitários angustiados diante de tanto sofrimento e sem o necessário para acudir os feridos, dar de comer aos famintos, conclamando pelo fim da matança.

No dia 20 de maio, o procurador do Tribunal Penal Internacional (ICC, em inglês), Karim Kahn, pediu que a corte emita ordens de prisão para Yahya Sinwar e outros dois líderes do Hamas, responsáveis pelos ataques de 7 de outubro, que causaram 1.200 mortes de Israelenses. Também pediu prisão para Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, e o Ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, que comandam os bombardeios e operações terrestres. A acusação contra eles: crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

 

Recentemente, um amigo me escreveu, “...Já faz algum tempo eu tenho me perguntando com muita frequência se estas mortes de crianças são um efeito colateral do conflito entre Israel e Palestina ou são uma ação deliberada de Netanyahu e do grupo sionista que mantém o poder em Israel....

E nesta reflexão afloram na minha consciência algumas páginas bíblicas que no decorrer da história de Israel expõem casos semelhantes em que a morte de crianças fizeram parte da estratégia que os ocupantes do poder adotaram para garantir seus postos.
No livro do Êxodo, se lê que o povo de Israel estava escravizado no Egito e se multiplicava...e o Faraó determinou que as parteiras deveriam matar todo menino que nascesse, não as meninas. Mas elas, tementes a Deus, não obedeceram à ordem do Faraó e lançaram os meninos no rio ... Foi neste cenário é que nasceu Moisés que foi quem liderou o povo para se libertar da escravidão.
Outro relato bíblico o encontramos em Mateus, capítulo 2, quando os sábios do Oriente vieram conhecer o rei de Israel que acabara de nascer, e foram se informar com Herodes, rei de Israel... Como Herodes, vendo que tinha sido ludibriado, se apavorou diante da possibilidade de alguém vir tomar seu trono e decretou que todos os meninos de dois anos para baixo, de Belém e arredores fossem mortos. Netanyahu me parece ser o novo Herodes, pois quanto mais crianças forem mortas menos líderes que ameacem seu poder e o  do grupo sionista que comanda o estado de Israel.
Grande parte dos israelitas constantemente se insurgem contra as atrocidades que são perpetradas por quem detém o poder no seu país.
O que mais me incomoda é que países que se dizem de cultura cristã estejam apoiando um genocídio aberto que tenta eliminar todo um povo, o povo palestino do qual Jesus é filho.”